AUTOR: Sinval Olegário de Almeida Ruas. (In Memorian)
FONTES DE PESQUISA
Prefeitura Municipal, Câmara Municipal, Escolas Públicas, informações de antigos moradores, obra do escritor José Cortes Duarte (Vultos sem História) e outras.
HISTÓRICO
As pesquisas indicam que possivelmente no final do século XIX residiu nas margens do córrego hoje denominado JACINTO, um posseiro de nome Jacinto, daí o nome do córrego.
Em decorrência, a cidade que se formou na foz de referido córrego recebeu também o nome de CIDADE DE JACINTO.
Além de outras, as seguintes pessoas residiram nas redondezas da atual cidade, antes de se formar o Povoado: Hilário Bispo de Souza, falecido em 1912, e dono de uma fazenda na margem esquerda do rio Jequitinhonha; a família Lúcio, chefiada pelo velho Cesário Lúcio, com os filhos José Lúcio, Miguel Lúcio, e outros, estabelecidos em fazenda adquirida na margem direita do rio, no local onde se situa a atual cidade, em 1913; Pedro Araújo (conhecido por Pedro Feio), sua mulher dona Maria, e seu filho Dely, em 1919; Belizário de Tal, com uma fazenda na margem esquerda do rio; Horácio Soares da Cunha; Luiz de Deus; Reduzino Bispo dos Santos; Ladislau Alves de Souza; Sabino Antônio de Oliveira.
Segundo informações do senhor Dely Antunes de Araújo, testemunha pessoal da fundação do Arraial da Barra do JACINTO, a primeira casa foi construída por seu pai Pedro Araújo, conhecido por Pedro Feio, já no final do ano de 1919.
Conta que ele tinha oito anos de idade naquela época, mas sua memória é bastante lúcida para lembrar de tudo que aconteceu naquele tempo.
No ano 2000, Dely tem a idade de 89 anos.
Lembra que seu pai, com a família, decidiu descer margeando o rio Jequitinhonha, a procura de um bom local
para se fixar. Aqui chegando, e gostando do lugar, propôs a compra da posse do terreno ao seu ocupante em área maior, senhor José Lúcio, um homem que já residia em sua fazenda há alguns anos. Feito o negócio, tratou seu pai de construir sua casa, constituindo-se esta, na primeira casa de Jacinto, no final do ano 1919. Então, convidou seu amigo Sabino (Sabino Antônio de Oliveira), morador na fazenda de Ladislau Alves de Souza, no córrego Enxadão, e outras pessoas, inclusive José Lúcio, para fundarem o Povoado.
Iniciado este, contou-se como primeiros moradores, Pedro Feio e sua mulher, dona Maria, o filho Dely, mais Sabino (que veio a ser conhecido por Sabino Ruim), José Lúcio e outros. Não houve um fundador, mas vários fundadores, todos trabalhadores da região, homens pacatos.
Assim, em 1920, nascia o Arraial, sendo construídas algumas casinhas, margeando o Rio Grande, feita de enchimento e pintadas a cal, de piso batido.
Naquele tempo o córrego já carregava o nome de “Córrego do Jacinto”, em virtude de ter morado às suas margens um posseiro de nome Jacinto.
Com a chegada de mais pessoas, formaram-se ruas e uma praça, sendo separada uma área no centro da praça, para a construção de uma Capela.
O Povoado foi criado, então, sob a influência da Igreja Católica.
Surgiram as primeiras vendas, onde vendiam a cachaça, o sal e cereais, indispensáveis em todos os arraiais, tendo a cachaça e o sal como principais mercadorias.
Para o Arraial vieram outros moradores da região, alguns comerciantes, e poucos forasteiros.
Em 1928 já podia ser notada a formação do Povoado. Estavam delineadas as ruas, cujos nomes atuais: Ruas Martinho José dos Santos, Expedicionário Hugo Macedo, Olegário Silva, Pedro Celestino Abreu, José Solimão e a Praça Mário Martins. No centro da praça foi construída a Capela, e na esquina da praça com a rua Expedicionário Hugo Macedo, foi construído um modesto Mercado.
Hoje não mais existe a Capela nem o mercado.
Do outro lado do rio morava o velho Joaquim Catuá.